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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

I am a pencil (André Deschamps)


I am a pencil
You hold me tight
With your rough hands
So I can write
My tale of love.

I am a pencil
Others regard
A mere utensil
But touch my eyes
The heart of the leaves.
That is my prize:
To leave my mark.

I’m just a pencil
Anxious to write
Something that might
The hearts ignite.
 I have no rubber
On the top of my head.
Even my doodles
Are meaningful.

Alas! I’m a pencil!
I’ m torn between
what has gone
and what’s yet to come
The more I write
the more of me I see
The more I write
The less of me is left.
The more I write
the more I need
Your sharpening.

Yea! I’m a pencil!
I have to move on
For fear that you
Would not hold me
Anymore, for fear
That you would leave
me, lonely, useless.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

an acrostic

A sensitive poet, but
Not too serious
Dedicated to God, family and students
Romantic with a cause
Endlessly ihn love

(now it's your turn!)




domingo, 31 de outubro de 2010

inefável

No Sinai.

Um sinal:

A sarça.

As sandálias

Soltai.

Silenciai.

Oh, Deus tremendo!


Em Belém,

A bênção:

Um bebê.

Belo,

Bendito.

Beijai-o.

Oh, Deus pequeno!


No Cenáculo,

A Ceia:

O Sim.

Sabor,

Sangue.

Senti-o.

Oh, Deus alimento!


Na festa,

No fim:

O fogo.

Forte

Furacão.

Fagulhai.

Oh, Deus ardente!


André Deschamps

domingo, 11 de abril de 2010

há um muro



Há um muro –
– Não o vês? –
Em meus olhos,
Em minhas palavras,
Em meus gestos.

Eu não os entendo.
Seus bailes, seus bares,
Suas batidas sem melodia,
A escola de suas vidas.

Eles não me entendem.
Meus sonhos, meus atos,
Meus medos, minha poesia,
A história de minha vida.

Mas, como disse o Murilo,
Todos – nós e eles –
Temos uma chaga aberta.
E ninguém sabe cuidar
Da chaga aberta.

Eu sei, Jesus, – e creio –
Que tua chaga aberta
Derrubou as muralhas
Arrancou as mortalhas.
Eu sei.
Mas o que estou procurando
Eu ainda não encontrei.

André Deschamps

terça-feira, 30 de março de 2010

Amo os poemas curtos

Amo os poemas curtos
Que me arrebatam
Com seus versos vorazes velozes
E suas rimas incertas abruptas ferozes.

Longos como o canto das cigarras
São os dias de verão
Alardeando amores eternos
Que em março se esvairão.

Amo os poemas curtos
Concebidos no silêncio noturno
Embebidos em surtos
De inspiração.

André Deschamps

sábado, 27 de março de 2010

haikai 5

seguro o segundo,
meu mundo, minha palavra
de amor ao Criador.

domingo, 21 de março de 2010

haikai 4


amanheceu no
sumaré. Ao céu apontam
as torres, com fé.

haikai 3

cantam bem-te-vis
em árvores, postes, muros,
na minha janela

André Deschamps

haikai 2

as folhas nubladas
verde-amareladas caem
com sono: outono.

André Deschamps

domingo, 14 de março de 2010

haikai - para o dia nacional da poesia

a noite é chuvosa
calor, em prosa, o dia
volto à poesia!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

best wishes - André Deschamps

I wish I could wish
The wish you asked me to wish
When you asked me
“What do you wish?”
After three days without
Catching one single fish.

And your asking keeps me
Haunting, keeps me
Asking, keeps me
Anguishing, keeps me
Wishing that I wished.

On this cold winter night
When I wish to light
The ashes in this fireplace
In this fireplace the ashes
Won’t light unless
I wish what you wish
I would wish.

domingo, 9 de agosto de 2009

Nomes - André Deschamps

Isabel
Bel
Bebel
Belzinha
Isabelita
Béuôôô!
Meu amor
Amorzinho
Princesa
Princesinha
Filhinha
Coisa linda
Girl
Menina
Menininha
Mocinha
Moça Bonita
Peruinha
Pirueta
Dona Maria
Mariazinha
Maria Joaquina
Minha filha.

Dei-te um nome.
Um. Único.
Tua identidade.

Criei-te muitos.
Criei-te muitas vezes.
Tua e minha
Identidade.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Amanhã - André Deschamps

Quem poderá resistir ao monstro da aurora?
Que glórias enfrentarão seus raios implacáveis?
O pó, o grão, a fumaça, o ar é o agora
Que hoje está aqui; amanhã: já foi embora
De mãos dadas com o ontem,
Amnésia dos fracos, refúgio dos fortes.

O alívio dos insensatos
É o amanhã sem fim.
Até quando?
Será amanhã?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Quatorze - André Deschamps

Nosso amor é como o marfim
Após um duro começo
E lutas sem fim
Construímos sobre a rocha
Nossa casa, nosso jardim.
Como José que a Maria
Pronunciou o seu sim
Como Maria a José
Amar-te-ei até o fim.
Louvemos ao Senhor
Com cada santo e querubim
Uma grande aclamação
Com tambores, violão e bandolim,
No ar exalando seu perfume
favorito - jasmim!
Alegremo-nos, pois Ele nos uniu
Eu a você; você a mim.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

FÉRIAS EM TERESÓPOLIS -André Deschamps

Aqui
O ponteiro dos segundos
Arrasta-se no
Vaivém da brisa
Enquanto o das horas
Corre como as nuvens da tarde
Espreitando a tempestade.

Quero
Escancarar minh’alma
Como a Mulher de Pedra
Em busca do azul eterno
Da leveza da libélula
Da firmeza das montanhas
Da serra de Teresópolis.

Quero
Arrancar esta angústia-daninha
Que se alastra em meus poros.

Por que
Como um quero-quero
Correndo nos verdes
Minh’alma pelo abstrato anela
Diante do paraíso na janela?

Cada verso - André Deschamps

Cada verso é um ponto
Que atas, cada ponto
É uma volta do teu
Traçado, cada traçado
É a cicatriz de uma
Ferida, cada ferida
É o abandono da tua
Presença, tua presença
É o pulmão, o coração
dos meus versos.

Como agradecer pelo
Amor que teces em mim?
Erguerei meu cálice
Um poema sem fim.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

meiodia meianoite - André Deschamps

Meio-dia é a hora mais cruel.
Da manhã findou o frescor
Calor tórrido claro céu
Arrefeceu na alma o amor.

Não temerei o seu mal?

No ar o fétido odor
Do vômito é o alerta:
É esta a hora certa
De ir além do Bojador.

Foi ao meio-dia que descobri então
Que tinha uma pedra no meio do meu coração.

Meia-noite é a hora mais cruel.
Sono do corpo, clamor do céu.
Vigiai, vigiai, por que dormis?
Fantasmas se levantam
Levantam-se como sonhos
Como sonhos em meu ouvido
Em meu ouvido uivando
Uivando e turvando
O hoje e o ontem
O ontem e o amanhã
O amanhã é a manhã
A manhã é o meu início
O meu fim é o meu início.