domingo, 16 de agosto de 2009

Poem 133 - Emily Dickinson

You cannot put a fire out;
A thing that can ignite
Can go, itself, without a fan
Upon the slowest night.

You cannot fold a flood
And put it in a drawer, -
Because the winds would find it out,
And tell your cedar floor.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

best wishes - André Deschamps

I wish I could wish
The wish you asked me to wish
When you asked me
“What do you wish?”
After three days without
Catching one single fish.

And your asking keeps me
Haunting, keeps me
Asking, keeps me
Anguishing, keeps me
Wishing that I wished.

On this cold winter night
When I wish to light
The ashes in this fireplace
In this fireplace the ashes
Won’t light unless
I wish what you wish
I would wish.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Stop all the clocks, cut off the telephone - W.H. Auden

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He is Dead.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the woods;
For nothing now can ever come to any good.

domingo, 9 de agosto de 2009

Nomes - André Deschamps

Isabel
Bel
Bebel
Belzinha
Isabelita
Béuôôô!
Meu amor
Amorzinho
Princesa
Princesinha
Filhinha
Coisa linda
Girl
Menina
Menininha
Mocinha
Moça Bonita
Peruinha
Pirueta
Dona Maria
Mariazinha
Maria Joaquina
Minha filha.

Dei-te um nome.
Um. Único.
Tua identidade.

Criei-te muitos.
Criei-te muitas vezes.
Tua e minha
Identidade.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Poesia - Carlos Drummond de Andrade

Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Uma pedra é uma pedra - Ferreira Gullar

uma pedra

(diz

o filósofo, existe

em si,

não para si

como nós)

uma pedra

é uma pedra

matéria densa

sem qualquer luz

não pensa

ela é somente sua

materialidade

de cousa:

não ousa

enquanto o homem é uma

aflição

que repousa

num corpo

que ele

de certo modo

nega

pois que esse corpo morre

e se apaga

e assim

o homem tenta

livrar-se do fim

que o atormenta

e se inventa

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Estranheza do mundo - Ferreira Gullar

Olho a árvore e indago:
está aí para quê?
O mundo é sem sentido
quanto mais vasto é.
Esta pedra esta folha
este mar sem tamanho
fecham-se em si, me
repelem.
Pervago em um mundo estranho.
Mas em meio à estranheza
do mundo, descubro
uma nova beleza
com que me deslumbro:
é teu doce sorriso
é tua pele macia
são teus olhos brilhando
é essa tua alegria.
Olho a árvore e já
não pergunto "para quê"?
A estranheza do mundo
se dissipa em você.

domingo, 2 de agosto de 2009

To see a World in a Grain of Sand - William Blake

To see a World in a Grain of Sand
And a Heaven in a Wild Flower,
Hold Infinity in the palm of your hand
And Eternity in an hour.

sábado, 1 de agosto de 2009

There is a pleasure in the pathless woods - Lord Byron

There is a pleasure in the pathless woods,
There is a rapture on the lonely shore,
There is society, where none intrudes,
By the deep sea, and music in its roar:
I love not man the less, but Nature more,
From these our interviews, in which I steal
From all I may be, or have been before,
To mingle with the Universe, and feel
What I can ne'er express, yet cannot all conceal.